Eu gostaria de me dar um verso de aniversário. Mas depois decidi juntar uns trecos, trechos, essa carta e cacos brilhantes. Eu realmente preciso me agradecer, eu não sei o que teria sido sem uma ousadia timida e tão mansa que nem eu dava muito por ela. Que eu jamais me engane novamente sobre isso.
Espiei em cada caco meu espatifado, minha imagem inteira. É impossível partir a essência. O mundo tentou, mas eu aprendi a brincar com ele. Era apenas uma criança ferida. Ele só precisava de inocência. Inocência e ousadia. O que era caco virou espelho d'água.
Eu não sei o que seria se não tivesse sido assim, nessa constelação, na inquietação pacífica e inconformismo.
Quando menina eu gostava de grudar na minha avó, mas eu era inquieta e volta e meia ela me mandava (certa ela) voltar pra minha casa. E eu dizia: só por desaforo eu vou lá outra vez. Pra ela, a autenticidade dela, a firmeza dela, a doçura dela. Ela me lembrava do que não pode morrer.
Dessa vez, por desaforo, eu voltei pra mim.
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