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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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domingo, 24 de julho de 2011

Back to black

Eu não gosto deste post. Nem do tipo deste post. Nem do motivo. Porém eu não poderia deixar passar sem uma despedida, mesmo que ainda anestesiada.

Tarde de sábado, 23 de Julho de 2011, consulto a internet pela primeira vez no dia. Amy Winehouse morta? Vejo uma imagem dela do clip back to black e meu coração esvazia. Em cinco minutos toca meu telefone, é o Beré com uma voz de inverno - já ligou a TV hoje?
Ele sabe que não assisto televisão e então se adianta - Zi, a Amy cara, ela morreu.
Surpresa. Ambos surpresos. Sim, porque a amávamos e confiávamos nela. Queríamos ao menos. Sentíamo-nos até seguros de que um proximo disco viria. E que ela encontrasse garra em sua arte para superar sua fragilidade e sensibilidade excessiva. E muito provávelmente uma carência sentimental enorme. Não aconteceu. E não nos envergonhamos de ter perdido a "aposta" para seres de alma mal cheirosa, declamadores de 'eu sabia e já era de se esperar'. O fato é que ninguém sabia de nada e tudo poderia acontecer. Amy era só uma moça de 27 anos cara! Que por fora, somente por fora era um terremoto mas por dentro um passarinho de asas quebradas impedida do voô.
Me lembro da primeira vez que a ouvi e pensei: estamos salvos! Era essa a sensação. Talento indiscutível, timbre poderoso. Não fui vê-la em seus shows pelo Brasil. Arrependo-me muito. Mais ainda por ter ficado brava com ela tantas vezes. Pensava nela e me lembrava da Janis... Medo. Puro medo. Meu. Dela. Pela vida. As coisas não são fáceis aqui. Mas mesmo com tantos escandalos, ela era imbátivel. Porém não superou a ingestão do composto: alcool, drogas e coração partido. Sem julgamentos. Quem sabe uma reflexão. Mas não hoje. Não para mim. Estou triste.

24 de julho de 2011. Tarde de domingo. Acordo e a primeira frase lamentosa em que meu pensamento se agarra é - Ah, Amy, não...
Me despeço, porque ontem não pude. Simplesmente agi como se nada tivesse acontecido. Mais desejando que não fosse verdade mesmo. Eu não poderia me despedir sem antes acreditar. E como fã, alheia aos comentários pseudo-moralistas, eu a ouvirei, o dia todo. E provavelmente vou chorar.

Amy, vai em paz, sua doida! Loves.