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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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sábado, 31 de maio de 2014

Um sábado de aleluia

Hoje eu estive no parque e me apaixonei por uma cena, mas era uma mensagem, como todas as imagens são e, estava até agora tentando escrever algo sobre isso, porque não me coube, transbordou. Pareço uma boba? Mas acho que só no começo. 

Depois de caminhar um pouco, me sentei num banco próximo ao parquinho das crianças. Uma mãe observava seu filho no balanço, sentada amorosamente silenciosa e sem que o filho a exigisse, que brincava em alegria tranquila. Aos poucos fui inserida completamente à cena, sentada mais de longe. Havia uma espontaneidade plena nos gestos dela, daquela mãe. Eu não conseguia ouvir absolutamente nada do que, pouco, ela dizia. Éramos apenas nós, os pássaros cantando e alguma correria infantil na terra, amor em estado puro, porque irradiava. Então, naquele momento, o amor era ela. E eu pude aprender. O amor era ela levando o filho de touca e cachecol ao parque durante uma manhã fria de sábado, para fazer o gosto do menino. Era ela sentindo todo encantamento do mundo por aquele garotinho que, nem possuía idade suficiente para ter feito algo de extraordinário na vida, além de existir.   
E então, eu entendi ali, como se dá o amor. Não importa o que aconteça, chuva, sol, frio ou ventania, a gente simplesmente esta lá. Então, também não importa se o nosso amor, seja quem for, não descobriu a cura para o câncer, ou a fórmula da energia... do sol, ou para solucionar os problemas da Rússia, ou se precisou trabalhar até mais tarde e dormir mais cedo e por isso não pôde nos abraçar naquela sexta-feira com noite de lua cheia, se engordou ou se nasceu uma espinha enorme na ponta do nariz, ou se caiu um dente. Não importa se num dia ou outro não conseguiu sorrir e amuou um pouco, se deixou a tolha molhada em cima da cama e não lavou nem o copo em que bebeu água, não importa. Amar não desliga. Não se consegue puxar o amor da tomada. Amor independe de grandes feitos ou dos "mal" feitos.
Voltei inundada dessa ideia. E eu sei que, precisarei voltar mais algumas vezes àquele parque, com aquela mãe e filho, para me lembrar de que o amor não desliga e eu não posso querer, nunca, desejar uma coisa dessas. Porque amor é essa coisa perfeita que vive dentro de mim imperfeita, como um antídoto indestrutível. E desconfio que essa seja a tal sorte de que tanto falam.




quarta-feira, 28 de maio de 2014

Ela

     De apenas um traço ininterrupto, era capaz de desenhar por concepção, o sorriso franco do moço, o farol nos olhos debruçados em tão já veteranos ideais. Raiou no céu casto do coração, um encanto. E nem as centenas de borboletas azuis recém-desdobradas no instante, imitariam o aveludado toque de sua chegada ao coração dela. Desde, sentia a luz que descia coada pelo véu do destino, amornar as maçãs do seu rosto. 

Pertencia a ele, incuravelmente.





Fotografia | Ziris




    

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Garanto que uma flor nasceu



Em tempos de sacana, ingenuidade é anarquismo. 


Fotografia | Felipe Morozine in Jardim Suspenso, elevado Presidente Costa e Silva, o minhocão, centro de São Paulo. 


O título da postagem é um verso do poema Uma flor nasceu na rua, publicado no livro A Rosa do Povo (1945), de Carlos Drummond de Andrade. 




quinta-feira, 8 de maio de 2014

Minuscule


Eu sou do tempo interno da poesia feita sem intenção de diminuir nem uma formiga.







Fotografia | Robertus Agung Sudiatmokos


terça-feira, 6 de maio de 2014

Amen





E por não ter aprendido a rezar, fui escrever poesias, basicamente isso.



Fotografia | Mariana Gouveia