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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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domingo, 29 de agosto de 2010

Dos desapegos

Anoiteceu antes do meio-dia. Mas eu já precisava mesmo e mais que tudo, catalogar o atestado de óbito desta fase seca. Puxar o risco invisível que separa uma condição da outra. Não sei quanto tempo demorarei para voltar aqui com boas novas, para recuperar a menina saltitante que fora terrivelmente vilipendiada  por corações distraídos envoltos em corpos de dublês, dispostos a qualquer mentira fácil. Não sei quanto tempo demorarei para malograr essa substância deletéria e indigesta. Se eu resolver engolir, volto em três dias. É o tempo de uma ressurreição gente. Prometo. Porque tristeza é tristeza e só dura o tempo do momento. Vazio é vazio e a gente vai preenchendo.


Caio vive dizendo, 'Quis morrer de novo, engoli outra rejeição - mas estou vivo e, sinto muito, vou continuar.'  

Então... Nos vemos em outra vida.


Deixo aqui, um enredo espantosamente sensível de minha mentora literária, madrinha de parque, hermana espiritual, prima de roça, estrela Pipa, que consolou-me milagrosamente, por conta do sentir... E por isso, estou triste mas sou feliz!







quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Tempos longos esses...




Dia desses, passei a assinar meus bilhetes com uma bela carimbada do dedo polegar colorido de tinta, cada uma de uma cor, imaginando quem pudesse descobrir a verdade por trás do escrito.
Mas quem os encontrava primeiramente pensava -  e essa agora?!?!
Tempos longos esses... Meu gato quase aprendendo a falar ou eu a miar... No armário, comida por ordem alfabética. Uma fornada de biscoitos sorridentes no forno. Me pego atravessando o corredor de olhos fechados e julgo um feito chegar até o quarto sem dar nenhuma topada. Na quina da porta um Louva Deus gesticula sua admiração. É impressão ou as paredes avançaram vida adentro? Pra mostrar coragem eu saio, até o quintal, trepo no galho mais forte do abacateiro, e ensaio um vôo na sombra dos braços esticados. De cima é tudo tão maior... Um distinto inseto se apresenta ao nariz do cão. Cinco Beija-flores arruaçando, bem uns seis Bem-te-vis voando e um Canário na gaiola do Alemão. A joaninha caminhando nas pétalas no Girassol, quer conversa não. É impressão ou a vida espia tudo, com sombrancelhas absortas? O olhar vai entardecendo. As nuvens formando borrão. Pra botar a cama, capricho nas dobras do lençol. Hora de me deitar e o olhar levantar, coração palpita no portão...