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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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domingo, 22 de novembro de 2015

Bar

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Pude ouvir todos os passos no piso amadeirado daquele lugar. Pegadas apressadas, conformadas, nervosas, salto, bota. Escorregões. Desmaios. Desfalecimentos. Alegrias. Esbarrões marcados nas paredes, se desfazendo cansadas nas pontas dos meus cotovelos. Todos os corações. Batendo, tanto. Tantos poemas... Tantas pessoas… E, tanta fumaça que, meus passos se esqueceram das próprias pegadas. Alguns cento e cinquenta e sete anos contados em metros, de um silêncio que se abria em agressiva cintilação. Nos espelhos, portas e balões de ar, ele esperava que ela o amasse, ela esperava que ele a amasse. Uma outra. Um outro. Qualquer outro amor esperando o amor de quem estava à espera... Feridos. Escombros. Quem se encontrou. Nenhuma vítima. Coloco as mãos no bolso do casaco. É embaraçoso sentir tanto. 











quinta-feira, 19 de novembro de 2015

O fim


(...)

Fisicamente covarde, não havia indícios de que mudaria a cor dos cabelos ou amputasse o alongado dos fios, como se precisasse, sempre e imaginariamente, desembaraçar a tudo. E desembaraçou-o, o homem, como quem salva um pássaro da linha cortante e imaginária de uma pipa criada para a liberdade do vento e as possibilidades do céu.






A ilustração acima é do mágico Troche.