.
.
.
.................................
Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

.

domingo, 15 de março de 2015

Em março com um abraço


São cinco horas. Tarde de sábado. Há qualquer coisa de encanto.

O sol teima já longe das nuvens alaranjadas, mas posso ver o cinza que vem do norte, é chuva. E é tão bonito que quase abandono o leito chão morno para me levantar e aplaudir. Soube que fazem isso em alguns lugares, me dá vontade de conhecer todas essas pessoas. Mas me lembrei de você, Mariana, Maria, Ana ou tudo. No varal algumas saias dançam, o gato na janela, cheira o vento que lhe chega ao bigode. O cão esbarra na hortelã e me olha tão longo... Penso sobre a sorte enquanto afundo na terra, com delicadeza, uma raiz solitária. Cubro-a com terra. Como você me cobriu. Minha raizinha. Só então entendo tudo. No seu quintal uma flor se transforma, eu penso nela e meu mês de março se torna uma vida toda.

Na rua uma criança grita animada: Vai chover!

É a primeira vez que sorrio com o corpo todo. A alegria é mesmo boba, não teria sentido se não fosse. A gente cresce demais. Quero a curiosidade infantil das borboletas.

“Sorte é isto, merecer e ter.” Abraço Guimarães antes de começar a te escrever. E chove. Tento não incomodar as gotas com a lágrima que meu sorriso recolhe.
Não sei falar destas coisas como os dignos de cadeira.

Flor. E a palavra desabrochou enquanto eu escrevia.

Alma, mar, cintilar... Azul, pássaro, voar. Abraço, março.  Sorte, benção, gratidão. Amar. Já não sei falar. “Sou livre para o desfrute das aves”. Amém, Manoel. Obrigada, Mari-ama.




E para acompanhar esta macro amadora, uma canção. Com o perdão do trocadilho sonoro, não consegui evitar. Formi, formi, formi, formi, formidable! rs.