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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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domingo, 30 de novembro de 2014

Birds flying high, you know how I feel



E me entender, como quem vê um pássaro ali pousado.




A linda imagem, que me foi dada de presente, foi captada por um amigo muito talentoso nas exposições luminosas, o Santiago Naliato Garcia



E o título da postagem é um trecho da música Feeling Good de Nina Simone.



Precisava tudo isso? Precisava.




sábado, 29 de novembro de 2014

A metáfora




Percebi que a cada dia mais, tenho me expressado feito o Criolo, em entrevista ao Lázaro Ramos. Sem desculpas.

"Leite tipo A, tipo B, tipo C?" Se colocando assim, Criolo metaforizou as classes sociais, como se as pessoas fossem colocadas na "caixinha" de qualquer forma. Deu aquela viajada típica dele, no mesmo lugar. Me lembro do quanto jogaram tomates no cara nessa época. Me senti molhada junto dele e, sinceramente, nem aí, pra variar. Quem na vida, não recebe nenhum tipo de crítica negativa, tem um grande problema, penso eu. Mas esta, obviamente, é minha opinião.
Ontem, pela madrugada, assisti a uma outra entrevista dele, explicando como após os comentários contra a "fatídica" entrevista tema desta minha explanação, ele sentiu que sua colocação fora soberba ao esperar ser compreendido.
Só acho um saco ele ter se explicado assim. Sim, um saco. Que preguiça. 
Fernando Pessoa (Álvaro de Campos) me abraça, quando diz no Poema em Linha Reta: "Arre, estou farto de semideuses! Onde é que há gente no mundo?" Acabou que... Se tornou soberba a simples e natural expressão de um ser enquanto artista livre. Mas se eu estiver viajando também, tomate!






Eu me pergunto onde está a poesia. Qual? A do mundo.






sábado, 15 de novembro de 2014

Manoel de Barros



Madrugada de quinta-feira...


Ensaios Fotográficos descansa escancarado no colo. Gravo áudios de sua poesia e envio para alguns amigos. Dói, mas dói bonito. Medito sobre seu abatimento. "...Talvez ele já tenha ido, a casca é que ficou encantada demais e não seca. Ou talvez, esteja indagando sobre a existência de árvores, rios ou lesmas na eternidade. Pode ser que esta dúvida o segure dentro do corpo. Ele não deve de querer ir para lugar algum que não seja propício a passarinhos..."

Quinta-feira pela manhã...

Mas hoje ele descobriu algo interessante por lá, e foi.




Manoel me reinaugurou. Quando eu deveria estar lendo Gil Vicente e estudando o Seiscentismo, me sentava no fundão da sala para ter com ele, dia sim e outro também, foi assim um semestre inteiro. Tudo o que o professor falava, Manoel falava o contrário. Coisa de sagitariano. Por incrível que possa parecer, fui mal apenas na prova do Camões. Um 2,5 no Os Lusíadas que eu nunca mais esqueci.

Desde o meu nascimento, só fiz o que prestasse mesmo, na infância. O restante de útil veio, paradoxalmente, depois da leitura do Livro Sobre Nada, e meu primeiro verso decente.


Manoel me salvou mais vezes do que posso contar. Seguro com a palma o peito. Sinto vontade de me levantar a qualquer momento e aplaudir. Desejei nascer e morrer, e um cometa no meio. Consegui. 

Ouço de uma grande amiga: "o coração dele parou, mas eu duvido". Não é lindo?

Maior que essa reinauguração do ser, só se eu despencasse de repente do sonho noturno como um girassol do campo.

Obrigada, poeta, com toda beleza da palavra.

"Sou livre para o desfrute das aves."
Manoel de Barros - Retrato do artista quando coisa