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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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quinta-feira, 26 de maio de 2011

Bem querer

Não havia nenhum interesse. A combinação entre as letras e os sentimentos parecia desfocada do mundo real. Enquanto os olhos imaginavam a quentura das mãos e os sorrisos despretenciosos colados e alinhados em um beijo. Imaginação. Assim que tomei coragem persisti naquele pensamento imaturo e sem perspectiva racional.
Tarde demais. Desenhei a voz melodiosa, os dedos pulsando sobre o violão e uma música aninhando o carinho que já não podia ser camuflado por mais tempo. A combinação de borboletas aninhadas no estômago era imparcial diante das maritacas gritantes presentes ali, no buraco do peito. Um misto de inacabado, uma esperança fora do comum. Mesmo assim pedi silêncio, o alvoroço instalado no caos dos acontecimentos berrava uma alegria, dessas que não se esconde dos olhos. Engoli a sentença justa e proporcional de uma guerra que acabara de se instalar diante de minha súplica confusa e assustada.
O que mais poderia me acometer? Um sentimento moldado silenciosamente, o suspiro preso no travesseiro e o contentamento aprisionado por um sonho deserto, entre linhas e desassossego diurno de um amor planejado no outono.
E quem planejou? Se não o acaso escondido entre as páginas de um livro ou a conformidade com o drama. A sobrevivência parece fácil. Vista do lado de fora. O coração pede efeitos especiais, faz acrobacias, brinca de palhaço, se pinta de fácil. Mas o que penetra é lento. Veneno, sonífero e miserável aos olhos de quem não pode tocá-lo. Enquanto a porta se fecha nos detalhes. Vou embora sem me tornar o meu melhor personagem. Fiquei frágil, petrificada diante do seu carinho e tive a necessidade de me esconder. Dos percalços, dos destroços derrubados por mim. Ninguém assim tão de longe, me teve assim tão perto. Cabe aqui alguns sussurros, algumas pieguices e nenhum vestígio de sorte. Você nunca veio de verdade, mas já é metade dos meus silêncios. É, pareço estranha, porque invento tua voz. Fantasio palavras tuas, feito pensamento, telepatia, distorção, rima e violão.
Me conta tuas dores. O que tem por dentro dos teus olhos, além do mistério que me toma pelas mãos. Me leva para as tuas histórias, dentro dos teus rascunhos proibidos, das tuas idas e vindas. Me conta um segredo e pulsa comigo no ritmo da nossa futura canção. A mesma que inventei hoje pela manhã, aquela que você nunca tocou, mas resmugou sozinho soprando na imaginação do meu bem querer.




Daí eu disse à Juliana:
diacho, essa foi dentro,
 bem dentro. Só você me transcreveria. 
Tá acontecendo bem isso aí com
 essa (de queixo caído) que vos fala.
Disse ela: Então fica de presente, tá?!
 Pega pra você Zi, como se fosse tua história...
Eu: lindo refrão para um começo de história. 

4 comentários:

  1. Ziiiii caiu uma lágrima aqui e outra e depois mais uma... E agora aqui dentro tem um pequeno riozinho lotado de chororô. É de emoção. Por tua amizade bunita demais, por teu carinho que vem e aconchega essa alma pequena que cabe dentro de mim.
    Obrigada. Obrigada.
    É teu presente sim ôoo.
    De coração!!! adoro ôce doçura!!!

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  2. Palavras que gostaria de tirar da imaginação.

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  3. Lindo teu blog, ameeei seguindo, segue o meu tmb?

    Beijo!!!!!!!

    bom fim de semana

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  4. Anônimo30.5.11

    Lindo refrão, mas não para meus ouvidos, confesso. Porque anunciam a breve chegada do seu sonho materializado. Seria hipocrisia desejar sorte. Seria, então desejo!

    Abraço de urso

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