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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Última carta de novembro

Tenho dedilhado rascunhos nas minhas paredes, mas não é fácil passar a distância a limpo. Pensar é longe e há essa palavra onde caibo inteira, mas me dissipa e não me recebe. Esta falta, que é uma letra onde minha caneta afundou.


Criei novas lembranças, que nos salvam de palavras mudas e as vestem como se assim eu pudesse aprisionar a tua memória que me escapa pelo canto dos olhos. Como vestem com teu cheiro meus lençóis exaustos e as manhãs em que não nos esbarramos. Você é o vulto amotinado na minha mentira de ver e levanta o olhar tão devagar, que eu só me deixo ir te suspirando pelas calçadas.

Eu não aprendi a dobrar uma saudade e acomodá-la em qualquer envelope pequeno demais. Porque talvez, saudade seja só estar longe.
Eu só espero uma notícia explícita como um desabafo. Uma, que se vier, me traga de volta.

6 comentários:

  1. Saudade é lembrança que nossa alma carrega, que se desdobra para diminuir distâncias e caber em um suspiro.
    Bjos querida!!

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  2. Que lindo isto. O quão verdade é.

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  3. Quem sabe sejam notícias de que é livre para seguir sem ela. Podemos ser outros, e muito mais.

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  4. Eu quero tanto querer. e tenho medo de querer e não ser. vou embora porque vem a razão me raptando da fantasia de que seja isso o que vc iria me dizer e não disse, naquele dia. Aquele. Se eu chorasse seria agora uma boa hora. Mas não faço tem tempo. Nem sei se sou capaz. Talvez hoje aconteça por causa do medo de não ser.

    B.

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  5. Me ocupei do desenho de um envelope vazio e das sensações escondidas entre suas dobras perfeitas. Eu adoro envelopes. Houve um tempo em que eu os colecionava. De todos os cantos, todas as partes, mas depois achei triste vê-los vazios, mas ao ler-te tive outro sabor, outra impressão. rs
    Grazie e bacio

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  6. Amei, amei, amei! Indubitavelmente cada construção deste escrito!

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