Escrever é quase
medo.
Não ficar.
Canto algum.
Um lugar. Lar.
Pocilga.
Flor.
Escrever
é um não perdoar para perdoar.
Um confronto.
Faca. É o fundo.
Sofrer de cor, de palidez.
Absolvição.
É um bode colorido.
Perdoável.
È um bode. É Chagall.
É para os grandes.
É a esquina,
o boteco, chão, teto, é teto e chão.
É solitário.
Sagrado.
Não
mete-se.
É sério, piada.
É o copo.
É a taça.
O meio vazio.
É o
cheio.
Escrever é depois.
Não eu.
É Machado.
É antes do possível.
A página no lixo embolada.
É o peito líquido.
Fatiado peito.
É a
vela. A veia.
Alforria.
Alegria. Embriaguez.
É lama.
Chão.
É Dalí
e Dumont.
As estrelas de Bilac.
É quase fim.
É quase.
E eu não
gosto do som elétrico desta palavra.