2010 foi o 'maior' e mais longo ano da minha vida. O mais pesado e o mais leve ao mesmo tempo. Apostei alto em tudo! Perdi fortunas em esperanças. Estiquei e encolhi. Ganhei força e outras esperanças novas. Algo grandioso veio morar aqui dentro, isso sinto! Muitas vezes me senti cansada e abatida mas aprender coisas importantes me desacelerou. Entre elas e a maior, foi dar conta de que não posso mudar o mundo, mas posso mudar as coisas ao meu redor e cuidando de um canto, fiz muito. Saindo do meu 'quintal' fui correr demoradamente meus olhos pelos olhos de minha mãe e meu pai, lhes contando as rugas, cabelos brancos e ouvindo pacientemente suas histórias. Baixando consideravelmente o volume ensurdecedor das coisas ditas urgentes e que só acabam por nos desviar do amor. Me lembro de num momento assim ter pensando que doar o olhar é a melhor maneira de receber. Passeei pelas doces veredas da abnegação dos meus amigos, que não soltaram da minha mão nos momentos mais frios. Enxerguei de uma forma muito generosa a beleza escondida em cada um deles. Sou grata!
Desisti de muitas coisas sim, algumas bem caras. Desistir nunca foi uma palavra atraente pra mim, mas em alguns casos o recheio foi de pura aceitação. Um dia eu escrevi: não desisti, concordei!
Hoje paro e rio da maneira brilhante com que a dor ralhou comigo e eu gritava com ela: Por que comigo? E ela - Por que não com você?
Mudei um jeito velho que eu tinha. Palavreei até gastar as pontas do dedos... Minha mãe até pensa que sou poeta, graças a solidão! A palavra essa pílula diária e milagrosa. Hoje vejo mais passarinhos que antes e sinto que perdi foi tempo já que eles sempre estiveram no céu.
De certo que perdi o gosto por multidões. Não consigo mais entreter-me com o direito das pessoas. Prefiro o avesso.
Este ano foi o que mais me lembrei de minha saudosa avó, mesmo depois de mais de 10 anos de sua explendorosa passagem. Dona Xica e suas coisas sabidas. Ela era pobre que só, mas de imediatismos e desnecessidades. Por ela, não corro mais. Viver não dói!
Levo na sacola, pela primeira vez em tempos, um saldo realmente positivo. Pelo qual posso resumir em uma frase, que me acompanhou por quase todo ano: Perdoo tudo por preguiça de carregar peso!
Cá comigo, ando crescida!
~º~
'Tempo, tempo mano velho, falta um tanto ainda eu sei
Pra você correr macio
Como zune um novo sedã.'
Pato fu
~º~
Á todos que vieram me visitar o ano todo, um Feliz Natal!
E um 2011 sorteado, sortido… mais divertido. Leve, levado, límpido. Amoroso, simples e sonhado! Tudo multiplicado, que tudo que ganhares vire presente a ser presenteado. Um sorriso – gargalhada, uma paz – paraíso, lágrimas – banho de chuva!
Abraço de rachar mágoas, beijos estalados!