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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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sábado, 16 de novembro de 2013

Meu amigo não entende nada de poesia, mas chora.


     - Chora Zi. 


     - Não dá tempo, droga, eu tô tão atrasada...

     - Quem disse aquela parada de arrumar tempo pra chorar tudo que não dava tempo?

     - Drummond, Caio...?

     - Caio F.?

    - Não, criatura. Caio é você, seu nome, não? Céus! – gargalhadas - Drummond foi quem escreveu isto, foi uma pergunta daquelas retóricas... Drummond né? De só podia ser, sabe? “Um dia desses, eu separo um tempinho e ponho em dia todos os choros que não tenho tido tempo de chorar". Algo assim.

     - Ah, entendi. Bonito isso viu. Por que você não marca uma hora Zi?

   - Choro sai a hora que ele bem quer, temperamental. E tem choro que demora, não dá. Quem vai pagar minhas contas? É sempre assim. Penduro o choro no ombro, junto com a bolsa pesada e vou indo quase perdendo o ônibus.

    - Eu mesmo enchi o olho de água hoje de manhã. Não entendi direito, mas chorei, mas foi bem pouco. 

     - Chora Caio.

     - Agora não dá. Tô atrasado... É então.







Um comentário:

  1. Arrumar tempo até pra chorar, quem diria.
    Ótimo texto menina Ziris.

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