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Aqui a poesia é amadora. A música e a fotografia, amadoras. Tudo dentro deste peito é amador.

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sábado, 15 de novembro de 2014

Manoel de Barros



Madrugada de quinta-feira...


Ensaios Fotográficos descansa escancarado no colo. Gravo áudios de sua poesia e envio para alguns amigos. Dói, mas dói bonito. Medito sobre seu abatimento. "...Talvez ele já tenha ido, a casca é que ficou encantada demais e não seca. Ou talvez, esteja indagando sobre a existência de árvores, rios ou lesmas na eternidade. Pode ser que esta dúvida o segure dentro do corpo. Ele não deve de querer ir para lugar algum que não seja propício a passarinhos..."

Quinta-feira pela manhã...

Mas hoje ele descobriu algo interessante por lá, e foi.




Manoel me reinaugurou. Quando eu deveria estar lendo Gil Vicente e estudando o Seiscentismo, me sentava no fundão da sala para ter com ele, dia sim e outro também, foi assim um semestre inteiro. Tudo o que o professor falava, Manoel falava o contrário. Coisa de sagitariano. Por incrível que possa parecer, fui mal apenas na prova do Camões. Um 2,5 no Os Lusíadas que eu nunca mais esqueci.

Desde o meu nascimento, só fiz o que prestasse mesmo, na infância. O restante de útil veio, paradoxalmente, depois da leitura do Livro Sobre Nada, e meu primeiro verso decente.


Manoel me salvou mais vezes do que posso contar. Seguro com a palma o peito. Sinto vontade de me levantar a qualquer momento e aplaudir. Desejei nascer e morrer, e um cometa no meio. Consegui. 

Ouço de uma grande amiga: "o coração dele parou, mas eu duvido". Não é lindo?

Maior que essa reinauguração do ser, só se eu despencasse de repente do sonho noturno como um girassol do campo.

Obrigada, poeta, com toda beleza da palavra.

"Sou livre para o desfrute das aves."
Manoel de Barros - Retrato do artista quando coisa







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