Pela noite as paredes parecem estreitar e desafiam cada centímetro contrito meu a colher alguma descoberta. Respirar dói. Devastar segredos entre o imenso cor de sombra, é a minha pior agrura. Mas às portas de mim, uma gota ansiosa procura escôo pela minúscula fissura da possibilidade, e na lida chega às vias de derramar todo aguaceiro de dentro. Os dedos tremem. A barragem desaba. São linhas ondinas as minhas, que dançam uma canção de alívio, jorradas, libertas de todo o precipício de estar. E feito ventarolas pratedas pela lua, agora navegam calmas pelo oceano. Então posso estar contigo ou comigo ou em qualquer lugar. Uma pequena cissura, um bafejo e à face generosa do papel outrora em branco, ofereço a minha alma alí descansada...
'Minha vida vazia
ResponderExcluirTua vida vazia
Manchando o papel em branco
Dos sonhos desfeitos.'
Te toco.
Me tocas.
Seu texto é um claro e evidente exemplo da unicidade de tudo o que existe.
ResponderExcluirescreves muito...
ResponderExcluirparabéns
Ziris minha menina, como escreves lindamente, já te contei? sou fanzão.
ResponderExcluirQuando vier o aguaceiro de dentro me abraça forte que passa tá?
Te beijo!...