Desta vez, trago-lhes notícias do mundo real.
Ele é muito real.
Nem tão feio quanto dizem e nem menos assustador do que pensávamos. Mas descontínuo e mais intrigante que o telescópio
newtoniano. Há tanta ainda,
mágica no ar, que eu poderia sufocar.
Agora, chove manso, o aroma que se desprende das
folhas do esbelto eucalipto, invade as janelas que entardeceram de asas
abertas. Só assim te escrevo. Quando o vento ganha algum perfume.
Por falar em árvores, as que foram plantadas por toda a extensão da minha rua
que tem nome de Lagoa, gosto de destacar, floriram.
Uma vizinha palpiteira deu
de me chatear dizendo que não eram plantas de florir, mas esta semana ao abrir
a janela, alí estavam sorrindo rosa-claro. Eu ralharia-lhe o engano, não fosse seu sumiço
deveras oportuno. Cheguei até a pensar que flores eram seres extremamente vingativos
e de audição apuradíssima. Não fosse pela chuva delas que tomei numa
sexta-feira destas passadas, indo ao trabalho. Uma região de árvores
centenárias. Ventava fresco e as florzinhas amarelo-ouro das altas Tibipuanas iam
desprendendo-se de seus galhos, quase que em câ-me-ra len-ta, e caindo
por cima da vida da gente que passava. Por Deus, quase cantei o Hino Nacional!
Há coisas que só acontecem neste país. Penso eu, em minha humilde bagagem de
quem só visitou Piraporinha do Bom Jesus.
Dalí em diante, pensei que em Janeiro eu
seria feliz. Não que já não seja. Mas não é desta felicidade amiúde que eu
falo. É bem outra. Ando até a conferir a sinastria, porque acredito que entre
as doze constelações, uma combina com a minha.
Reformei algumas esperanças. Inventariei sonhos antigos por ordem de
importância, não data. Comprei selos. Escreverei para longe e para aqui do
lado. Só pelo capricho de dar mais
poesia à vida dos carteiros.
E se o amor inquilino quiser entrar. Eu deixo ficar.
Feliz 2013 gente!
Eu sempre gostei muito de janeiro. Acho que é quando mais dá pra ser feliz, não que não exista felicidade depois dele, mas é mais fácil, rs.
ResponderExcluirLinda carta Ziris!
Beijo.
Será que venta no céu Zi?
ResponderExcluirPermita-me irmã, permita-me ficar de joelhos diante deste texto?!
Eu li. Eu reli. Eu, meu Deus, eu, eu sim.
A nuvem ermitona que havia saqueado a cor deste dia retornou para a sombra de onde veio. Sorri o azul. Sem qualquer vestígio de aborrecimento.
Um abraço desamparado. rs..
Que lindo...
ResponderExcluirUm Feliz 2013 pra você!
Ah,como eu queria ser Janeiro...Queria sim!
ResponderExcluirNão sei se percebeu,mas me atrevi ao projeto do caalendário.De colocar todos os dias uma foto,e com isso escolher a melhor do mês;não sei se dará certo,mas é uma tentativa.
Quero uma carta assim todo mês...
Lindamente linda!
Eu também deixo.Mas eu quero que o amor chegue :)
ResponderExcluirReli.
ResponderExcluirVocê é uma poetisa hipersensível Zi. Te ler é visitar a memória de Manoel de Barros, Guimarães Rosa e, desconfio, até Cristo. Se eu morrer primeiro, ao encontrá-los, prometo agradecê-los por tê-la colocado em meu caminho.
Sua, para sempre, Pipa.
Sempre me impressiona como há vida do outro lado da janela.
ResponderExcluirPipa Lídia ou Mana...
ResponderExcluirEu não tenho jeito com elogios, essa timidez... E agradeço o topete que teve em falar na memória do Rosa que de parecido temos, ele a mãe e eu a Avó: Chiquita, a genialidade ficou naquelas páginas dele. Já os outros dois... Eu diria: Jesus, a Mana pirou.
Ainda assim, obrigada.
Um beijo, Zi